segunda-feira, 24 de julho de 2006

Notinha

Aos poucos mas atentos leitores deste Blog: ontem saiu uma matéria bacana no Diário de Pernambuco, sobre um livro que estou terminando.Está na página 4 de Política. Tem um pequeno texto meu, falando do trabalho.
Tentei copiar a matéria para colocar aqui, mas minha burrice crônica com informática não permitiu.
Entrementes, tento reeditar Estuário pela Editora Bagaço, para relançar no Festival de Literatura do Recife, no final de agosto. Esse negócio de edição do autor, com lotes de 40 livros, torra a paciência.
Como dizia o velho Paulo Leminsky, "distraídos venceremos".

4 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Samarone
Fico feliz com teu sucesso!
Boa sorte!
Claudia

Anônimo disse...

Algumas coisas:

1- Bota pra quebrar e edita o livro
2- Arruma um realzinho pra editar o meu tb
4- bota aí nos links o do Ombuds PE (www.ombudspe.org.br) - que tu quiser, claro
3- chega teu imeiu q tem uns negócio importante pra tu resolver
5- quem falou em ordem numérica?

Samarone Lima disse...

Ivanzinho, vou botar pra quebrar.
amanhã, entra o link do Ombudspe.
gostei do frila. Vou finalmente sair do vermelho total.
saludos,
sama

Anônimo disse...

Samarone,

Cara, você é muito foda! quando eu crescer quero escrever assim, do seu jeito. Grande abraço e segue abaixo a materia publicada no DP. Muito sucesso.


Silêncio profundo
40 anos // Livro conta história dos militantes injustamente acusados de executar atendado
Andrea Pinheiro
Da equipe do Diario



Na manhã de 25 de julho de 1966, uma bomba explodiu no aeroporto dos Guararapes. Passaram-se quarenta anos e até hoje os verdadeiros autores do atentado, membros da Ação Popular (AP), não assumiram o fato publicamente. Na ocasião, o saguão estava lotado para receber o general Costa e Silva, que viajava em campanha pelo país antes de assumir a Presidência da República. Duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas. O futuro presidente saiu ileso. Dois anos e cinco meses depois da explosão, os engenheiros Ricardo Zarattini e Edinaldo Miranda foram presos acusados de terem planejado e executado o atentado. Ambos eram militantes contra a ditadura, instaurada no país em 1964, mas não tiveram nenhuma relação com o episódio.

Apresentados como terroristas, presos, torturados e exilados, os dois engenheiros seguiram a vida sob a sombra da injustiça. Edinaldo Miranda, que faleceu há nove anos vítima de câncer, foi a julgamento e condenado. Nem mesmo depois da anistia, já na década de 90, conseguiu fazer a revisão processual, que o inocentaria. Já Ricardo Zarattini fugiu da prisão, voltou à militância, foi preso novamente e, trocado pelo embaixador norte-americano Charles Elbrick, saiu do Brasil. Como estava fora, não figurou no processo, mas sempre foi considerado culpado pela sociedade. A rica trajetória desses dois revolucionários é tema de um livro ainda inédito do jornalista e escritor, Samarone Lima.

Autor dos livros Zé, já esgotado e que pretende reeditar, e Clamor, Samarone, inicialmente, pretendia direcionar sua pesquisa para o esclarecimento do atentado, mas mudou o foco quando conheceu a história de vida de Zarattini e de Edinaldo. "São muitas vidas em duas. Será um livro sobre uma geração, da qual eles fazem parte. Era uma geração militante, politizada e ligada à cultura", afirma. O trabalho teve início em 1993, como projeto de conclusão do curso de Jornalismo, mas só agora toma forma. "É um trabalho que exige muita pesquisa. Leva tempo, até porque fiz quase tudo sozinho",explica.

O livro está quase pronto e espera aprovação de uma editora que já mostrou interesse em publicá-lo. Apesar de não ser o tema central, o jornalista ainda tem a expectativa de revelar os detalhes da execução do atentado. "Zarattini e Edinaldo sempre se depararam com uma grande resistência em narrar os fatos verdadeiros e é assim ainda hoje, um assunto tabu", comenta. Em entrevista a Samarone, em 1993, Edinaldo declarou que seu desejo era de que os reais culpados assumissem o atentado. "Nós pagamos pesado. Que eles enfrentem pelo menos a opinião pública, já que acreditavam estar defendendo o povo. Nós não acreditávamos que aquele tipo de ação servisse à revolução", disse. Desde o exílio, os engenheiros sabem quem esteve envolvido com o atentado, mas nunca revelaram nem em segredo.

Durante as pesquisas, o jornalista tentou conversar com ex-militantes da AP, mas eles se recusam a contar o episódio. "Já tentei entrevistá-los, mas eles se negam a falar. De um, que é integrante do governo federal, ouvique não falaria sobre seu passado político. É uma negação veemente, mas reveladora", conta. Samarone acredita que os verdadeiros culpados amadureceram o silêncio, como se a questão estivesse resolvida a partir do momento que a AP assumiu o fato como "ação isolada" de alguns integrantes. Cabe, aqui, uma declaração de Zarattini à documentarista Andréa Ferraz no vídeo "Quando o silêncio condena", de 2001: "a verdade tem força revolucionária, ela muda o mundo".