segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Desde Cuba


La Habana, Cuba.



Último dia do ano. A sorte e o acaso se juntaram, e consegui uma Internet mirabolante, numa casa na periferia de Habana.

Pensei em mandar postagens constantes, mas a Internet é carissima e mais para os turistas, em hotéis.

Encho meus cadernos de notas, sobre tudo o que vejo e sinto em Cuba. Será mais saudável escrever um livro, e creio que será o mais provável.

Lá fora, a música cubana corre solta, junto com o rum e os charutos. Durante todo o dia, o que mais escutei foi a palavra felicidade, um desejo profundo de todos os que vivem e sofrem muito por aqui.

Aos meus leitores e amigos, um abraco imenso e um ano novo cheio de coisas boas.

Samarone.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sabonetes Vinolia e canetas Bic


Da esquerda para a direita: Ze Vicente, Paulo, Tonho e Samarone.


El Malecon, Havana, Cuba (Foto: Rob Stradling)


Crianças jogando futebol em Havana (Foto: Chris Bury)

Teve um reveillon que passei em Buenos Aires, outro no Uruguai, outro no Chile, num povoado chamado Chiu-Chiu. Desconfio que, por conta da tradição andarilha do meu povo, eu tenha herdado esta mania de muitos lugares. Estou novamente na estrada. Na foto acima, estamos fazendo a travessia Imperatriz-Crato, em mil novecentos e setenta e seis. Meu teclado continua sem escrever certos numeros e acentos, perdão.

Daqui a pouco, estarei embarcando para Havana, retornando somente o ano que vem. Há pouco, terminei a cerimônia de preparação da mochila, que já me acompanhou por tantos cantos do planeta. Ela, a mochila, tem o azul e o amarelo do Boca Juniors, mas prefiro o Vélez Sarsfield, desde um jogo maluco que assisti acompanhado de um garoto francês, de sete anos, que levei ao estádio, numa rara imprudência dos pais e minha, há seis ou sete anos.

Consultei amigos, liguei para meus contatos em Cuba. Descobri que algumas coisas são muito boas de levar de regalo: boligrafos, que são canetas, chaveirinhos, artesanias de Brasil, sabonetes Vinolia e caramelos. Fui hoje ao mercado do Cabo e mandei ver. Enchi minha mochila de canetas Bic, principalmente as de cor preta, um lote bom de sabonetes, e um saco grande de caramelos.

Falei com Nilda, que vai me receber, e no primeiro contato, viramos amigos de longo tempo. No aeroporto, terei que dizer que vou ficar na casa de uma amiga intima. Ela disse que vão me pedir plata logo que eu chegar, e terei que dizer que sou um brasileiro pobre, que veio conhecer Cuba. Como não tenho muito dinheiro e cara de turista mesmo, vai ajudar. Depois do aeroporto, terei que pegar os “Camelos” , que são ônibus muy largos, que levam milhares de pessoas. Irei ao bairro de Vedado, onde ficarei, pela graça divina.

Estou levando o notebook, na esperança de escrever muito sobre as pessoas, o cotidiano, a vida, os sonhos e esperanças dos cubanos. Se a Internet não for tão cara, postarei algo.

Aos meus leitores, bom Natal e ótimo reveillon. Vi hoje no jornal que aboliram os toldos da praia de Boa Viagem, o que me pareceu justo. A praia tem que ser de todos, não de toldos, perdão o trocadilho infame.

Estou levando a camisa oficial do Santa Cruz, que causará, obviamente, um enorme tumulto nas imediações do Malecon, com todos querendo ficar com a camisa do Mais Querido. Trocarei por algo da mesma nobreza, como a camisa oficial da seleção cubana de Vôlei, ou cinco caixas de charutos e dois litros de rum.

Nos demais, fica o registro das coisas minúsculas. O sabonete Vinolia, que nem damos bola, faz um enorme sucesso entre os cubanos. O mesmo serve para as canetas Bic.

Levarei cheiros e tintas para os irmãos cubanos. E meu coração já começa a bater mais forte.


samalima@gmail.com

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Homens e não

Vai um trecho do livro do Elio Vittorini (Cosacnaify), minha sugestão para os finais de 2007, com tantos homens e tantos nãos.

***
"De quem é aquele vestido? Ele olha para ele, e eu também olho. Uma vez chegamos a tocar nele.
"Não o deixo sozinho", digo-lhe. "Não sou seu amigo?".
"Sim, ele diz". "Obrigado".
"Eu posso fazer muito por você".
"Sim", ele diz.
"Sim", digo-lhe.
"O que é?", ele me diz. "Tenho necessidade de descansar".
E me olha. "Sabe o que eu gostaria?"
"O quê?", eu lhe pergunto.
"Um dia da minha infância".
"Não é difícil tê-lo".
"Metê-lo dentro da cabeça".
"Não é difícil", digo-lhe. "Quer?"
"Com uma diferença".
"Que diferença?"
"Com a coisa que há entre mim e ela".
"Como?", pergunto-lhe. "A sua infânci e essa coisa juntas?"
"A minha infância e essa coisa juntas".
"Mas não é real".
"É duas vezes real".
"Você de antes?", digo-lhe. "E você de agora?"
"Eu na minha infância", ele diz-me. "E ela também na minha infância. A nossa coisa em um dia então".
"Mas você", digo-lhe, "não a conheceu menina".
"Eu conheço tudo dela".
"Você estava na Sicilia e ela na Lombardia".
"Eu estava também na Califórnia".
"Mas vocês nunca se encontraram nas suas infâncias".
"E não podemos nos encontrar agora?"
"Vamos tentar", digo-lhe. "Podemos ver".
"É para enfiar dentro da cabeça", diz ele.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O sonho de Cuba

Desde que me entendo por gente, quero conhecer Cuba, passar uns dias batendo pernas, andando sem rumo, procurando nada, a não ser pessoas e cenários. O mais próximo que cheguei da ilha foi uma noite de muito frio, em São Paulo, que cheguei com um litro de rum barato, e Gustavo adentrou com o CD novinho do Buena Vista Social Club. Escutamos aquela maravilha extasiados, bebendo goladas infernais, tragando um charuto formidável, e fomos dormir chumbados. Até hoje não sabemos qual dos dois ficou mais mamado.

Desde esta época, tenho juntado dinheiro com o objetivo intenso de passar uns dias em Havana. Quero tomar uns runs e fumar uns charutos, anotando minhas besteiras de sempre.

Uma vez, fui apresentar um trabalho num congresso em Miami, numa dessas sortes da vida, com passagem e hospedagem tudo pago, e estava a maior confusão por causa do pequeno Elian, um garoto que sobreviveu em uma balsa, e virou celebridade. De Miami para Cuba era um pulinho, mas eu não tinha muita grana, não era tão simples assim, acho que perdi mesmo foi uma boa chance de viajar por um precinho bom. São esses vacilos da vida. O menino, depois de uma batalha judicial, voltou para Havana.

Há uns três anos, cheguei muito perto de viajar. Juntei a grana, estava tudo nos conformes, mas me caiu no colo um bar quase falido, para tomar de conta, uma dessas coisas de família e de dinheiro que nunca entendi bem. O dinheiro de Cuba foi para imobiliária, funcionários, Ambev e milhares de outros cobradores, que me localizavam com uma facilidade incrrível. Fui ser dono de bar pela segunda vez na vida. Desde essa época, nunca mais passei para o outro lado do balcão, nem para pegar um abridor de garrafas, para não dar azar. Quando escuto um amigo dizer que quer ser dono de bar, mando rezar uma missa e passo dois dias dando conselhos.

Me recuperei bem, consegui vender o bar, passei a reduzir os gastos com coisas supérfluas, como sapatos, roupas, imóveis, carros, jóias, iates e noitadas, e de repente descobri que poderia sonhar novamente com a viagem. Entonces, no meio das muitas mudanças que faço na vida, o passaporte sumiu, junto com vários outros documentos.

Cheguei à situação cômica de ter dinheiro para a passagem e estadia, mas faltava o passaporte. Me avisaram para tirar outra via, mas seria a terceira, e todos os documentos necessários para a terceira via, estavam no envelope com o passaporte. É, eu admito que sou meio complicadinho mesmo, mas todo mundo tem seus defeitos. Tenho uma questão mal resolvida com documentos em geral.

Esse inferno terminou outro dia, quando fui separar livros para doar. No meio das dezenas de caixas, eu não sei nem para que tanto livro, estava lá, belíssimo e novinho em folha, o meu passaporte, verde como a floresta amazônica. Olhei-o com o carinho necessário, comemorei como se fosse um gol e senti o cheiro de Havana.

Comecei os contatos com os ex-guerrilheiros que já entrevistei, e que são meus amigos. Quero saber os caminhos de Cuba. O Zarattini, pra variar, só vai me dar as dicas na véspera da viagem, possivelmente em Código Morse, dentro de uma pasta de dentes, que nunca conseguirei decifrar.

Não sei ainda como funciona esse negócio de Lan House por lá, mas o fato é que pretendo mandar umas boas notas sobre a vida na ilha, compartilhando as descobertas com meus cativos leitores.

Iramarai ciscou, dizendo que iria, mas negou fogo, só por causa do preço da passagem. Gustavo também declinou, por questões familiares.

Mal comprei a passagem, começaram os pedidos – uma boina do Che Guevara para o Inácio, uma caixa de charutos para um amigo. Sei que alguém pediu um litro de rum, mas não lembro bem. Outro me pediu uma bandeira de Cuba, mas acho que dá para comprar pela Internet. Tudo bem, eu compro, não tem nada a ver o camarada comprar a bandeira de Cuba pela Internet, quando tem um amigo viajando pra lá nos próximos dias.

É, mas pelo que sei, tudo isso é pago, e a turma nem se liga.

Começaram também as dicas sobre o que levar. Não sabia eu que uma caixa de Bic faz o maior sucesso. Vou levar umas duzentas, então.

Não contem comigo, pois, para as inúmeras confraternizações, ceias de Natal, amigos os mais secretos e a atividade sócio-psicológica-frenética do Reveillon, que não curto há um bom tempo.

Pela arte do destino, estarei em Cuba, retornando somente ano que vem. Aceito de bom grado dicas de quem andou por lá, em tempos recentes ou remotos.

Prometo voltar.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Imagens da viagem ao sertão da Bahia

Estou sem tempo para textos. Compartilho as imagens da caminhada a Canudos, feitas por Iramarai.




segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Em Canudos

De Canudos, Bahia, e usando um computador sem varios acentos.



Esta foto foi tirada no Mirante de Canudos, onde tem uma estatua de Antonio Conselheiro. Embaixo, esta o acude Vaza Barris. Debaixo d´agua, restos de escombros do que restou de quatro batalhas.

Encontramos seu Altino Soares de Oliveira numa esquina erma, em Chorrocho, com a poeira comendo no centro, o calor derretendo o tempo. Ali, dizem, passam os onibus com os universitários, que vão para Canudos. Seu Altino puxa conversa, fumando seu cigarrinho de palha, os dedos cheios de calos da agricultural. Falamos que estamos a caminho de Canudos, ver a cidade fundada por Antônio Conselheiro, ele conta que seu avô se chama Pedro Calixto de Oliveira, foi um jagunço forte, brigou como o diabo, isso era para estar entre aspas, mas nao sei onde estao as aspas. O avo dele se esbaldou pelo mundo e nunca mais foi encontrado, depois aguardou a poeira baixar e retomou a vida, sem muito alarde. Seu pai, o de Altino, se chama Amancio, e costumava pegar restos de armas de Canudos, serrar e fazer novas armas. Ele fala de um resto de artefato da guerra, que guardou em casa, e pedimos para ver.

Ele entra em casa e traz um troço feito de aço, pesadíssimo, enferrujado, parecendo um bomba em miniatura. Foi usada pelo Exercito em Canudos, diz. Depois explica o formato e funcionamento de algumas armas, como a Lazarina, que era leve, e empregada como soca-soca. Depois, a Combrea, espingarda de controle de agulha, que para mim permanece um misterio, e finalmente a Carabina, de dois canos, que chamam tambem de Rifle quarenta e quatro, porque o teclado esta com problemas nos acentos e nos numeros. O quarenta e quatro pode ser chamado tambem de rifle papo amarelo, entre aspas. A Manu Licha era a arma que mais rompia, porque a cabeca da bala era de aco.

A conversa foi interrompida pelo onibus que vinha de Belem de Sao Francisco, entupido de universitarias. O primeiro refugou, mas o segundo nos abriu as portas, e economizamos cento e cinquenta quilomentros, creio.

No caminho, conhecemos as criaturas mais adoraveis do planeta, estudantes da Cevasf, como a Neide, da Historia, Jaqueline, Gabriela, Jaadi e Jeiza, de Letras, Adila, da Historia, e Adriana, Letras, e mais a Fernanda, de Geografia. Conversamos muito, a viagem inteira, e fico sabendo pela Neide, que estuda historia, que o acude Vaza Barris, entre aspas, foi feito pela ditadura, para encobrir a historia.

Ao entardecer, estamos em Canudos, e descobrimos que a cidade esta vivendo um pequeno frenesi, que e a peça Os Sertoes, dirigida por Ze Celso. Todos os hoteis e pousadas estao ocupados, muitos moradores alugaram quartos etc. Ficamos de bobeira, e somos salvos pelas meninas da viagem, que oferecem banho. Tomo banho na casa da Gabriela, Marai vai para outra casa, Ailton Guerra para outra.

Vamos tentar assistir a peca, que vai abordar a luta em Canudos, parte I. Converso com a produtora, digo que vou escrever textos para o Estuario, ela recebe a noticia com o desdem necessario, depois pergunta pela minha carteira de jornalista, acho um saco isso de usar carteira de jornalista para entrar nos cantos. O ingresso foi vendido de manha a um real, e a revenda chega a vinte mangos por bilhete. Quero ver a peça somente por um motivo - estão apresentando em Canudos, palco da guerra.

Iramarai e Ailton não dão muita bola para a peça. Todos estamos exaustos. Fico por ali, por ali, olhando o povo, então me chega um rapaz e oferece três ingressos por vinte e um mangos, ofereco vinte, acaba saindo por dezessete, lembrem que o teclado não tem numeros, e amanhã consertarei o texto. Na entrada, a produtora acha ruim porque comprei de cambistas, eu quase volto.

Assisti três horas de Os Sertões, fiz um esforço intelectual e afetivo sem limites para sentir algo que cheirasse a emoção, mas faltando vinte minutos para o intervalo, vi que o Sertão do Ze Celso não passa nem perto do meu. Encontramos um espanhol e uma baiana, gente cabeça, eles disseram que era preciso esperar uma cena linda no final da peça, mas fica para a próxima, em três horas, dava para ver algo lindo.

Dormimos no box de um mercado e na manhã seguinte, a feira de Canudos estava espalhada pelas ruas. A diversidade das cores, gentes, produtos, preços, me lembrou a feira que tinha aos sábados, na casa da minha avó, no Crato, e foi melhor que a peça.

Então conhecemos dois personagens impagaveis, no meu primeiro domingo em Canudos. O Antônio Mergulhador, ou Antônio da Cruz Silva, e seu Cândido Pereira da Silva dos Santos, de sessenta e três anos.

Escreverei sobre eles e sobre outras criaturas que esbarramos, durante o dia, quando achar um computador que tenha acento e numeros, porque estou ficando impaciente.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Reverenciando Canudos

De Chorrochó, Sertão da Bahia.

Algumas sincronicidades me fzeram voltar à estrada, desta vez para a terra onde Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Bom Jesus Conselheiro, criou um mundo à parte chamado Canudos, aqui na Bahia. Primeiro, o desejo antigo de reverenciar lugares que foram palco de lutas. Um lugar que reuniu 30 mil pessoas, em 1897, e foi sucessivamente atacado pelo Exército, em quatro grandes e sangrentos combates, até que nada restou do lugar, na última investida militar, aniquilando por completo o que era a segunda maior cidade da Bahia, atrás apenas de Salvador.

Primeiro, um encontro com Herik Hoover, produtor da peça "Os Sertões", no meio do nada, em uma pequena cidade no interior do Ceará. Isso há mais de um mês. Ele me falou da peça, que seria encenada em Canudos, no final de novembro. Dias depois, ganhei o precioso livro do historiador Frederico Pernambucano de Melo, intitulado "A guerra total de Canudos". Ele descreve de forma preciosa e numa linguagem saborosa, a guerra que levou ao sertão, "em etapas sucessivas, 12 mil homens da melhor tropa de linha - veteranos, em boa medida, da Guerra do Paraguai, da Revolta Armada e da Revolução Federalistas - dos quais 5 mil não regressaram".

Caminho para Canudos a partir do sertão de Pernambuco com Iramarai e Ailton Guerra. Atravessamos de balsa até Ibó, depois caminhamos. Só depois de olhar as distâncias, descobrimos um erro crasso na jornada. As cidades da Bahia ficam a uma eternidade de distância. Para chegar em Chorrochó, onde estamos agora, tivemos que dormir num descampado, e sofremos tentando carona.

Passam milhares de caminhões pela BR 116, mas nenhum é capaz de parar. Torramos no sol, e já sem esperança de nada, com a próxima cidade a 46 quilômetros, esbarramos no Paulo, um motorista que está terminando o segundo grau e pretende fazer o curso de Letras, em Belém de São Francisco.

É final da manhã, quando Paulo chega em seu ônibus desgovernado, faltando o vidro dianteiro. Puxa assunto, diz que já trabalhou com índios e negros, quer saber o que fazemos. Para sair, temos que empurrar o ônibus, que tem bancos descolados, vidros que não abrem, espelhos arrebentados, mas faz o principal em qualquer viagem - anda.

Somos acompanhados pela Daiane, que deve ter uns 14 anos, e diz que vai morar em Salvador, ano que vem, para terminar o segundo grau, fazer "direito ou medicina".

No caminho, o papo é bom, o vento entra selvagem pelo não vidro, até que Paulo pegunta se estamos lendo algum livro bom.

Pego um Fernando Pessoa que chegou ao acaso, um livro de bolso com o melhor de Álvaro de Campos, o que mais gosto.

Fazemos uma dedicatória, entregamos ao Paulo, que olha e passa para Daiane. Ela fica lendo, sentada na parte da frente do ônibus.

Procuro a máquina, para fotografar o ônibus sem vidro, e a menina lendo o Fernando Pessoa, mas está descarregada, e perdemos imagens lindas. Leitores, me perdoem essa minha falta de talento com as imagens. Imaginem o ônibus, por favor.

Nos despedimos de Paulo e sempre levo aquela sensação que dificilmente nos veremos novamente. Mas ele anotou meu email, quem sabe. Espero que ele seja professor de literatura, porque adoro isso.

Chegamos aqui, mas o ônibus para Canudos saiu de manhã. O próximo, só amanhã de manhã. Tentaremos carona com os universitários, que voltam de Belém ainda hoje.

Faz muito calor, estamos exaustos, mas até a tardinha, chegaremos a Canudos, que tombou, mas resiste na memória.

Vou acabar. Meu tempo na Lan House esgotou.