Fiquei sabendo que meu livro de crônicas, Estuário, está à venda na Livraria Cultura, aqui no Recife. Fui dar uma olhada, esbarrei nele fácil, uma prateleira bem localizada, a oeste da entrada principal. Olhei, cheirei, passei na maquininha de preços. Está por R$ 25,00 o mesmo preço de Seu Vital, só que Seu Vital, aquele do Poço da Panela, só me cobra 10% de taxa.
Em segundos, veio uma moça educadíssima, com uma voz mansa. Me deu a mão e disse que era funcionária da Livraria.
Meus delírios literários cresceram: 1)Poxa, ela lê o blog, viu o livro e veio cumprimentar; 2) Ela já viu um livro anterior, o Clamor, deu uma lidinha e notou que a edição de Estuário ficou boa.
A realidade foi um pouco dolorosa.
"O Senhor escutou um barulhinho quando entrou na livraria?"
"Não, eu sou meio distraído".
De uma forma muito educada, ela explicou que eu poderia ter entrado com um livro que tinha o sinal eletrônico da livraria.
"O senhor por acaso andou comprando algum livro aqui, nos últimos dias?"
"Moça, eu geralmente sou pego quando saio com livro sem autorização da livraria, mas um flagrante logo na entrada..."
Ela riu. Explicou de novo tudo, eu revirei a bolsa, tinha realmente dois livros comprados dias antes. Caramba, se eu soubesse que o sistema não estava funcionando naquele dia...
Ela trouxe uma máquina, explicou que certamente o sistema não tinha liberado o troço. Eu iria perguntar o motivo de a maquininha não ter apitado na saída, mas a coisa ficaria muito complicada, e ando querendo descomplicar as coisas.
Me mostrou a maquininha. Se ela encostasse no livro, apitasse e acendesse a luz verde, o livro ainda estava sem a liberação. Pensei em perguntar se eu poderia ligar para o meu advogado.
Ela encostou em "Balthasar", do Quarteto de Alexandria. Luz verde e buzinaço.
Encostou em "No centro sentimos leveza", do Bert Hellinger, a luz ficou verde e o pipipi aumentou. Pensei logo no camburão, algemas, tudo aquilo do sistema policial anti-ladrão-de-livros aposentado.
Foi o meu primeiro caso de ser flagrado entrando de forma indevida, com os amados objetos de leitura. Ela explicou que não era nada do outro mundo, mas já era tarde. Fui flagrado da forma mais inocente.
Me deu uma tristeza, esqueci até de Estuário. Com essa, pendurei as chuteiras de vez. É a famosa marcação homem a homem. No caso, foi uma moça educada.
Ela me deu inclusive um cartão da Cultura. Ela se chama Maria Gersonita R. de Souza. O R. deve ser de Ramos.
Gersonita, vai o aviso: pendurei as chuteiras.
4 comentários:
ô Sama, e o dedsfecho? Ela te confiscou os tais livros? hehe
Ah se a livro 7 tivesse esse sistema!
Essa livraria Cultura apita até com os livros que não são de lá.
Outra dia, eu e umas amigas passamos com alguns livros da biblioteca da faculdade, menino, pense numa vergonha: o negócio começou a apitar e todo mundo olhou pra gente com a maior cara de desconfiança. Aí veio um rapaz, responsável por esse tipo de problema e olhou os nossos livros. Resultado: a bexiga do apito disparou por conta do código de barras colocado nos livros da nossa faculdade. Ufa! ainda bem, mas deu uma raiva danada, que máquina é essa que apita com qualquer códido de barras!?
Que máquininha inconveniente!!
Abraços Samarone
Já pensou se a maquininha lê-se os pensamentos, e as memórias.....não ia prestar.
Malditas maquininhas! Realmente está difícil surrupiar letras hoje em dia!
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