Estava conversando ao telefone ontem á noite, com meu velho amigo Inácio França, quando o celular dele tocou. Era o chefe de gabinete da Presidência da República, o digníssimo Gilberto Carvalho. Ele pensou que era trote, claro, mas foi conferir. Disse que depois me ligava.
O Gilberto Carvalho disse que estava ligando em nome do Presidente da República, o senhor Luís Inácio Lula da Silva. É que Inácio escreveu um texto, há uns 10 dias, intitulado "O amor do meu voto", e postou para uns cinquenta amigos. O texto virou uma coqueluche da Internet.
Na segunda-feira, dia do debate da TV Record, o texto de Inácio acabou chegando à esposa de Gilberto, que repassou para o marido e, no começo da tarde, o próprio Lula recebeu uma cópia enviada pelo chefe do seu gabinte. Estava concentrado para o debate, certamente um pouco tenso, quando começou a ler essa pequena pérola, "O amor do meu voto".
"O presidente pediu para localizar o autor do texto, para dizê-lo que não apenas leu, mas se emocionou muito e chorou ao final", explicou Carvalho.
Mais que isso. Após a leitura, Lula sentiu uma imensa tranqüilidade. Estava pronto para mais um combate. Podia vir a besta-fera, que ele saberia enfrentar. Não era um material preparado por assessores, era um texto relativamente curto, produzido por uma pessoa que o presidente nunca vira.
"Ele pediu também o seu endereço, para mandar uma correspondência".
Inácio só fazia dizer "porra", "caralho", até que lembrou do velho amigo Laércio Portela, também jornalista, ex-assessor de imprensa de Humberto Costa, que mora em Brasília está trabalhando lá no Planalto.
"Isso é gréia de Laércio, não é?", perguntou Inácio.
Gilberto conhece Laércio. Jurou que não era nada de brincadeira, que Laércio não estava ao lado, dando risadinhas. Falava em nome do presidente. Repetiu a história. O texto está em tudo que é email, tem circulado muito pela Internte, acabou chegando ao presidente, e calou fundo.
"Teu texto foi a última leitura que ele fez antes do debate. Ele ficou tranquilo. Estava pronto", repetiu Gilberto.
Então a ficha de Inácio caiu. O pequeno texto enviado sem pretensão, para um grupo de amigos, acabou sendo a base sólida para Lula caminhar tranqüilo, no último debate.
Inácio me disse há pouco que já foi duas vezes à portaria do seu prédio, somente hoje, para ver se chegou a carta do presidente. Até a chegada da missiva, ele prometeu que vai repetir a pergunta:
"Meu querido, por acaso chegou uma cartinha do Lula para mim?"
Faltando quatro dias para o segundo turno, reproduzo o texto na íntegra, porque o amor do voto de Inácio é o mesmo amor do meu voto.
Samarone Lima, cronista recifense, declaradamente de esquerda, vai viajar domingo para Fortaleza, no Ceará, para votar em Lula.
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O amor do meu voto
por Inácio França
Para se chegar a Olivedos de carro é preciso entrar à direita numa estrada de terra, 30 minutos depois de Campina Grande. Pouco mais de 3.300 pessoas vivem no município, a maioria em modestas casas construídas ao redor da pequena igreja matriz, pintada de amarelo. A caatinga que marca a paisagem dos Cariris Velhos, agreste paraibano, começa já no quintal das casas.
Numa viagem profissional às vésperas do feriado, passei algumas horas na cidade, tempo suficiente para cumprir a tarefa de acompanhar uma avaliação da gestão das políticas sociais do município. Tempo suficiente para as explicações racionais e ideológicas, que justificaram meu voto em Lula no primeiro turno, perdessem sentido.
Em Olivedos, pressenti que meu voto em Lula no segundo turno será um momento de intensa emoção. Um voto carregado de orgulho, um voto com amor.
Isso tudo porque cheguei cedo à cidade, uma hora antes do previsto. Aproveitei, então para perambular pela cidade e conversar com algumas pessoas que participariam da reunião. Logo me chamou a atenção o movimento diante de uma casinha pintada de verde, na verdade, uma espécie de garagem, com apenas um cômodo. Em fila diante da garagem, alguns homens simples, ao lado de jumentos que carregavam nas laterais aquelas enormes garrafas de alumínio para transportar leite. Dentro do imóvel, um enorme tanque, da altura de um homem adulto, com uns aparelhos modernos e um painel digital, algo improvável numa casinha simples, cercada de mandacarus, xique-xique, juremas e algarobas.
Uma senhora, que se apresentou como presidente da “associação”, explicou que aquele tanque era refrigerado, garantia a conservação do leite até meio-dia, quando um caminhão de uma empresa levava o alimento para a fábrica, em João Pessoa. Com a venda do leite, cada um dos pequenos criadores, donos de minúsculos lotes de terra e três ou quatro vacas, fatura até R$ 550,00 por mês. Até o ano passado, a principal fonte de renda dessas pessoas era o dinheiro da aposentadoria, um salário-mínimo, recebido geralmente pela pessoa mais velha da família.
Antes, esses criadores só tinham uma saída: percorrer a cidade em seus jumentos, vendendo diretamente para os moradores da cidade por R$ 0,30 cada litro. Às 10h, por causa do calor, o leite começava a estragar. O desperdício era grande. Hoje, a empresa paga R$ 0,70 por litro, dos quais R$ 0,05 fica na associação para pagamento dos impostos e do salário do rapaz que recebe o leite e faz os exames para controlar a pureza do alimento, antes de colocá-lo no tanque refrigerado.
O tanque foi comprado com recursos do micro-crédito de um programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O rapaz aprendeu a testar a pureza do leite num curso na capital, pago com recursos federais.
Na mesma rua da garagem onde funciona a cooperativa de leite, está a Escola de Ensino Fundamental Monsenhor Stanislaw. Orgulhosa, uma funcionária da prefeitura me leva para conhecer as obras do auditório da escola, que está sendo construído no lugar de um galpão cujo teto já ameaçava os alunos. A obra também parece improvável naquela cidade: o auditório terá capacidade para 300 pessoas, 10% da população da cidade, e está sendo construído em forma de anfiteatro, com poltronas confortáveis que já chegaram e estão guardadas, prontas para serem instaladas. “Quando o auditório, ficar pronto os meninos da banda de Pífanos e do coral vão ter onde se apresentar”, antecipa a funcionária.
Perguntei de onde veio o dinheiro, a senhora se espantou, respondendo quase indignada com tamanha ignorância: “do Ministério da Educação”.
Mais adiante, buracos abertos no calçamento de paralelepípedos, na área em torno do colégio. A funcionária, grávida de oito meses, informou que aquelas eram obras do saneamento e da rede de esgotos. Segundo ela, até o final de 2007, Olivedos estará 100% saneada. Antes que eu fizesse mais outra pergunta besta, ela foi logo dizendo que o dinheiro veio do Ministério das Cidades.
À tarde, depois da avaliação, se desculparam porque eu não poderia conhecer o prefeito. “Josa (esse é o apelido do prefeito Josimar) foi em João Pessoa assinar um convênio para conseguir mais cisternas e banheiros pro pessoal da zona rural”. O convênio foi assinado na Fundação Nacional de Saúde., que já custeou a construção de dezenas de outras cisternas e banheiros que funcionam com água da chuva, captada por calhas, assim como as cisternas.
A caminho do Recife - onde vivo a mercê do noticiário da TV e da ótica de amigos que recebem salários razoáveis, vivem em apartamentos como o meu, com banheiros confortáveis, em ruas asfaltadas de classe média e filhos estudando em imensos colégios particulares – avaliei o quanto esses Brasis não se relacionam, não se conhecem. Compreendi o tamanho do abismo que nos separa e quanto está sendo feito para reduzir essa distância.
E entendi os motivos do ódio e da mobilização daqueles que sempre tiveram livre acesso aos recursos que correm nas veias do Governo Federal. Mais do que saber a origem do dinheiro, o que as elites brasileiras querem mesmo é mudar o destino do dinheiro, Afinal, para assegurar crédito para latifundiários e empresários (que nunca pagam o que conseguem nos bancos públicos), é necessário deixar de lado a construção de mais cisternas, novos auditórios em escolas sem estrutura, rede de esgotos e a ajuda para cooperativas de leite.
Mas, finalmente, compreendi porque os moradores de Olivedos se referem ao presidente da República como alguém da família. Luís Inácio Lula da Silva, para os olivedenses, é o “nosso Lula”. O Governo Federal está tão perto que o presidente é íntimo de todos eles.
35 comentários:
Caro Sama, realmente é fantasioso este texto inspirar o presidente da república momentos antes de um debate (o último), mas é fato que foi publicado no site pt.org.br no dia 23/10 as 14:52
Boas avantiras
A inspiração ou não do presidente a respeito do texto é o que menos importa. Provocar a reflexão dos muitos brasis esta sim é uma reflexão que necessita ser divulgada. Só quem tem acesso a essas barreiras sociais é que pode constatar a veracidade da crônica. Posso garantir que nunca vi tantos investimentos em políticas sociais como existem atualmente. As mudanças radicais só veremos após alguns anos mas, sem dúvida alguma os que necessitam de inclusão são os que percebem as mudanças na pele.
Parabéns pela inciativa
Bianca
Parabéns Inácio. Sensível. Correto.
Faz pensar que o "meu" voto não é tão meu assim, é "nosso" voto, voto pelo que ele está fazendo pelos outros também, não apenas por mim, classe média, assalariada, etc, etc. Se os Brasis pensassem nos Brasis, conhecessem Olivedos, por exemplo, seria mais fácil decidir. Parabéns.
G.
Olá
Muito a ser dito: concordo com a Bianca, pricipalmente após uma temporada no Sul onde vi todo o preconceito da classe média com um nordestino na presidencia.
A carta vai chegar sim, chegou pra mim. Na primeira eleição fugi de uma prova na federal para acompanhar o Lula. Enfrentei a multidão e entreguei nas mãos dele uma carta onde colocava quais prioridades eu via para o país(educação e segurança). Menos de um mês dpeois chegou à minha casa um envelope com os programas de governo (educação e segurança)junto com uma carta escrita a mão pelo Lula respondendo as minhas dívidas e explicando como tentaria resolver-las.
Muito foi feito, o povo sabe disse e ainda há muito a ser feito.
Fantasioso é sim estar hoje a elite brasileira e as velhas raposas, que sempre mamaram nas "tetas" públicas, quererem dar lição de ética em quem considera tantos Brasis. Sama, obrigada por esta crônica. Meu amigo, você não sabe o bem que está fazendo. Estou cansada de ver e receber emails falando inúmeras besteiras e pessoas falando tantas outras. Graças a Deus, o número não é maior do que os que refletem. Gostaria de indicar o programa "observatório da imprensa"(site:www.observatoriodaimprensa.com.br). Ontem foi maravilhoso! O tipo de jornalismo da revista Veja e da Globo foram reveladas por jornalistas críticos. Textos como o de Inácio merecem nosso aplauso. Obrigada, Inácio. E acredite: Lula se emocionou. Eu mesma, estou chorando até agora. Vamos em frente.Um abração. Magna.
eh vero, o texto virou coqueluche na internet e e u tv havia recebido! Tá chique Inácio heim?
Ainda acho que era gréa de Laércio...
Brincadeira
O Pança, finalmente, mandou bem em Sama... Espero q ele faça outra em prol do Santinha... bem q ele tá precisando. Abs.
Claudino.
Segunda vez que comento aqui em seu delicioso blog. E esse texto de Inácio chegou em boa hora para me ajudar a espantar as dúvidas acerca de meu voto em Lula. Difícil mesmo nós- classe média - enxergarmos que as políticas públicas têm chegado às classes menos favorecidas. Fico feliz em saber q ao menos parte de meus impostos chegam às mãos certas. Obrigada, Samarone. Sugiro a vc, dar uma passadinha no blog de flavia suassuna (fsuassuna.blogspot.com). Ela me indicou o seu. Eu ficaria feliz que vc comentasse lá e aproveitasse pra dizer q fui eu quem indicou o site dela a vc. Tenho certeza q vc vai adorar. Abraço, Fernanda Bérgamo. Tenho um site. Se puder - e quiser - visite (www.fernandabergamo.com)
Falar o que mais...???? Domingo é 13, não só pela razão, mas, pela emoção!!!!
Sinto-me agora orgulhosa de ter sido uma das pessoas que enviou para dezenas de amigos o texto que chegou em minha caixa postal. Orgulhosa por acreditar no "nosso Lula". Domingo será um dia muito feliz para todos nós.
Aline
Beleza, Sama! Fico muito contente pelo Inácio. O texto dele é muito bom, simples, direto. Fico também satisfeito porque acho que fui um daqueles cinquenta primeiros que receberam, e enviei para uma porrada de gente. Depois, recebi de um amigo para quem não tinha mandado, e aí já não era somente o amor do voto de Inácio, mas dessa maioria que deve dar mais uma votação recorde a Lula domingo que vem. E vamos com fé!
Nota oficial
Escrevi esse texto no dia 14 de outubro, sábado, três dias depois de retornar de Olivedos, para onde viajei a serviço do UNICEF.
Enviei o texto para alguns amigos ou conhecidos cujos e-mails figiram em minha caixa postal. Acredito que foram uns 60 ou 70 no máximo. Durante a semana seguinte, recebi respostas de pessoas que não conhecia, as quais tinham recebido o texto através dos amigos dos meus amigos.
Na quinta-feira, 19, um sujeito chamado Mário Leal, que trabalha na CEF em Brasília, me passou uma mensagem pedindo autorização para publicar o material no site de uns amigos dele. Fiquei impressionado e pensei "porra, esse negócio chegou em Brasília?"
no sábado, 21, uma semana depois, uma colega de trabalho me telefonou de manhã para avisar que o texto estava no blog de Zé Dirceu. "Oxente, como foi parar lá?"
Na segunda, 23, Mônica Johnston, excelente repórter e ser humano melhor ainda, que trabalha no JC me ligou para dizer que tinha ficado emocionada com o texto que tinha lido no blog de... Noblat (!!!!).
Passei um e-mail para Noblat. Ele me respondeu dizendo a crônica foi enviada por Fernando Lyra, que tinha recebido de não-sei-quem. Não conheço pessoalmente Fernando Lyra.
Aí, para minha surpresa, na terça-feira de noite, me telefonou o Gilberto Carvalho, dizendo que estava me ligando por ordem do próprio presidente. Me parece que conseguiu meu telefone por meio de contatos feitos com o PT pernambucano, que, deram o telefone do escritório do UNICEF, que deram meu celular.
Que maravilha!
O Blog tem até nota oficial!
Andaram dizendo que era mentira minha, mas bato no peito e digo:
"Eu tenho um amigo que fez o Lula chorar como uma criancinha!"
Inácio: ontem li o texto para minha tia Flocely. Ao final, ela estava emocionada, dizendo "que coisa linda, que coisa linda".
Abraços,
samarone
É bom saber quantas lágrimas foram derramadas pela alegria de uma esperança que, para alguns, permanece, para outros, se renova. Lágrima de alegria rega o mundo. Eu que não consigo nunca segurar o choro, claro, chorei e segurei as mãos deste imenso Brasil que tá do outro lado e que tá dentro da gente. Minha esquerda é o lado do coração e coração é coisa que merece imenso respeito pelo que aprendi nessas caídas e levantadas de todo dia...
Obrigada aos dois!
Silvinha
Companheiros,
Lembrar daqueles que beneficiamos no nosso governo, de forma tão emocionada é o grande fôlego para seguirmos em frente. O adversário Alkimam não terá chance no próximo domingo. Inclusive gostaria de derixar claro aqui o meu agradecimento ao Inácio França pelas palavras e para o Samarone Lins pelo reforço e fé na nossa luta. Inclusive deixo claro em primeira mão que de agora em diante meu time predileto em pernambuco é o Santa Cruz. Daqui de Brasília mando abraços fraternos.
Aêê Inacio! Eu mesma sou testemunha do poder de fogo das palavras escritas com o coraçao: foi depois de um email de Inacio, no "day after" do 1° turno, que sacudi a poeira e vesti a camisa de militante, na internet, na rua, no trabalho... porque o 1° turno mostrou isso mesmo, estes dois brasis que nao se conhecem, e sem se conhecer ficam fazendo conjecturas. O texto de Inacio é uma ponte entre os dois brasis, é um reencontro, por isso mesmo emocionante. Se Lula se emocionou mesmo, nao sei, sei que eu me emocionei pra caramba, quando recebi la pelo dia 14, e sai espalhando tambem. é isso ai, vamos consagrar este projeto de Brasil, com 70, 80, 90, 98% dos votos (os dois por cento vao ser aqueles que detêm sozinhos os 60% da renda do pais). é LULA, é 13! Vamos tomar a concessao da Globo pra fundar a Povo, com Inacio e Samarone na diretoria!!!!
Ana Paula
Se existe hoje um preconceito em relação ao Nordeste, por parte de muitos sulistas (pelo fato de que acreditam ser o Nordeste o responsável pela vitória de Lula - o que não é verdade, conforme demonstram as pesquisas), também existe um preconceito a contrario sensu, vale dizer, contra aqueles nordestinos que votam em Geraldo, entre os quais eu me incluo. E me incluo não por preconceito ao PT - longe de mim que tantas vezes já votei no partido - mas porque me desiludi com o governo petista, que ao meu ver, seguiu o itinenário do seu antecessor (com seus méritos e deméritos). É isto, o texto do Inácio é bonito, mas para mim não apaga a enorme decepção com o PT (vide mensalão, valerioduto, land rover, etc.). Gilberto Carvalho, Dirceu, e toda a cúpula do PT há muito deixaram de ser esquerda (se é que ainda possamos aplicar esta dicotomia sectária esquerda x direita, quando o próprio Lula já afirmou não ser de esquerda).
É isto, colegas, a grande verdade é que enquanto alguns se emocionam verdadeiramete (vide o belo texto do Inácio), outros estão curtindo o seu belo uísque escocês, os fantásticos vinhos de R$ 5.000 a garrafa, e as prostitutas de luxa de Brasília.
Acordemos. Vamos viver nossas vidas naquilo que é belo - como as pequenas coisas relatadas no blog do Samarone - mas não vamos dar pontos a esse saco de gatos que são os políticos brasileiros.
Att.
Anônimo
Façam uma busca por "O amor do meu voto inácio frança" no google... esse texto já deve ter chegado até na Casa Branca.
Agora a gente fica na torcida pra tal carta chegar, e de repente o Inácio vai lá em Brasília encontrar o presidente - devidamente trajado com uma camisa tricolor, lógico!
Mentira ducarai
João Valadares
Querido Anônimo
Entendo o que vc disse, sobre o fato de votar em Alkcimin, decpeção com o PT. Durante muito tempo fiquei em crise sobre em quem votar. E olha que sou nordestino, sempre votei no PT, moro em Brasília, longe dessa realidade descrita pelo Inácio, etc. Mas não posso me furtar nem à corrupção (o que vc está certa) nem àqueles que sei não terem acesso a nada, o dito povo. Por mim não votaria em nenhum dos dois. Mas o fato é que não é só por mim que tomo a decisão. é pelo outro. Neste caso, tem uma escolha consciente, o outro fodido de tudo. Perdão se fui um pouco chato.
G.
Como Gustavo, também fui votar no primeiro turno em frangalhos, mas é preciso seguir em frente. Obviamente depois de muitos banhos de lucidez, continuar brigando ao lado da esquerda não é só uma atitude passional, não há sonho, mas faço isso por resultados que mostram que há mudanças e melhorias em áreas essenciais a esse outro Brasil, que também é nosso e depende de todos nós para ficar melhor. Falta de ética, corrupção, isso não foi novidade criada nos últimos anos, a direita deitou e rolou o quanto pôde e agora que não está metendo a mão no bolo inteiro vem posar de símbolo de honestidade. Sem essa, o presente é decepcionante, mas a memória é viva.
Só que faço parte de um outro grupo agora. Não aceitarei os meus eleitos como dádivas para um doce amanhã, porque isso só nós, cada um de nós, que carrega dentro de si um pouco daquele sangue das eleições passadas, poderá construir. Cada qual contribuindo com o seu tijolo para continuar a construção. Nada impede que, em casos de muita insatisfação, usemos um ou outro tijolo para acertar a testa de alguém, só para dar uma acordada.
Silvinha
Concordo demais com Silvinha.Eu estava mais do que apática no 1º turno,diria mesmo que estava sem vida, triste mesmo.Acho bom ter passado para 2º turno,sem dúvida é mais saudável a eleição ganha do jeito que está sendo, na briga mesmo, na raça...nos argumentos amplamente mostrados. O resto é tudo igual ou, como foi dito, cada um na sua construção, tijolo por tijolo.Quem tem alicerces firmes,demora menos e a casa ergue-se com mais altivez ou mais solidez, como queiram.Política, para mim, é questão de, também, filosofia de vida. Opção política é um paradigma, não dá pra discuti-lo.Por isso, acho estranho, embora respeite, pessoas que lutam uma vida inteira por uma coisa e optam por outra completamente diferente, simplesmente por decepção.Temos que convir que Lula nem ninguém é ou será o salvador da pátria.Agora, a direita querer dar banho de ética...aí não. Isso realmente me irrita.Quem ainda está nessa, sugiro, vejam menos a Globo e leiam menos a Veja. No mais, sigamos!Abraços.Magna.Obs.: quanto a não existir mais direita e esquerda, sinceramente, é só ver as prioridades dos governos. É claro que existe sim.
Sama, tô mandando a quadrinha abaixo a pedido de Bráulio de Castro:
"COMIGO NÃO TEM FIRULA
COMIGO VAI SER ASSIM
ELEJO EDUARDO E LULA
E COMEMORO COM ALCKOOL EM MIM"
(Bráulio de Castro)
ôxe,
num sei porque a surpresa em receber carta de "alguém da família".
Intimidade tem dessas coisas...
Esse Lula é nosso, rapaz!
Eleição complicadinha, esta. Vou votar em Lula sem empolgação, de forma diferente da última eleição. Voto nele porque não posso votar em quem representa a construção, ao longo de décadas, do Brasil que aí está, incluindo aquele período negro da ditadura militar. Tenho alguns amigos e parentes que não votarão em Lula, e respeito a escolha deles. No primeiro turno votei em Cristóvão, por achar que seria a melhor pessoa, dentre todos os candidatos, para governar nosso país, mesmo sabendo que ele jamais chegaria lá. Sei que fiz parte de um grupo de pessoas que quiz dar um "susto" em Lula. Segundo turno nele. Não sei até que ponto isso funcionou lá fora, mas foi bom dentro de mim.
Abraços patrióticos e esperançosos, sempre.
P.S. 1. Apesar da falta de empolgação comprei hoje uma camisa vermelha, lisa, onde provavelmente alguns adesivos serão afixados. Vou votar com ela e depois vou para a Praça de Casa Forte, encontrar a turma conhecida que votará em Lula e Eduardo.
P.S.2. Sama, enviei o link desse post para um monte de gente amiga.
é ou não é?
é ou não é?
Sempre votei em Lula, desde 89, mas nessa eleição, o meu voto ele não teve, em ladrão descarado eu não voto mais nunca. Anulei com muita consciência o meu voto!!!
É,
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer nosso humor
A gente quer do bom e do melhor
A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar mas de prazer
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade
É,
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está com
a bunda exposta na janela pra
passar a mão nela
É,
A gente quer viver pleno direito
A gente quer é ter todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão
É, É, É, É, É, É, É, É,
É LULA DE NOVO COM A FORÇA DO POVO!
Beijo para vc e Inácio.
Naire
Samarone!
Um abraço para o Inácio pelo lindo texto e outro pra você por ter disponibilizado aqui.
Inté,
Priscila
pois é, Samarone!
ouvi falar de vc por uma amiga, repassei para outras e hoje, recebo notícias suas através de uma amiga maavilhosa e especial, que a Débora !
Estou vendo que vc esta bem acompanhado pois conheci aquelas duas irmães e nunca mais elas sairam de meu coração, pode? ja assisti aula delas e A M E I ! ! !
aproveite, porque elas são raras, não se encontra em qualquer lugar
!!!!
Abraços Rosário
Muito bom!!! Parabéns Sama e Inácio!
Oi Inacio, fiquei emocionada e orgulhosa de ter sido vizinha do autor do texto que fez o presidente chorar e se inspirar! Curiosamente, o recebi de um amigo que esta morando em Amsterdam que nao sabe que nos conhecemos. Como estou morando em Londres com Matheus e a minha filhota de 21 meses e meu atual companheiro, vc pode dimensionar como o seu belo escrito tem se espalhado pelo mundo afora. Espero que esteja bem e parabens! Estou curiosa para saber se ja recebeu a carta do Lula e mesmo sem querer admitir a extrema curiosidade, um pouquinho do teor da carta. Um abraco e Lucia Helena (do Suvag)tem o meu E-mail.
Rosa Farias
Samarone, sempre leio seus textos. Igual a tantos outros que te admiram e tampouco te conhecem, de fato.
Como tantos outros, também, confesso que o texto do seu amigo, Inácio, me emocionou, muito! Em todas as eleições, desde os meus 16, voto no PT com muita esperança e emoção. Sim, emoção sim. Não sei se ela nos leva a algum lugar, mas sempre me levou a dar um passo à frente.
Essa foi a primeira eleição que fui votar "chôcha" (nem sei se escreve assim), infelizmente. Votei sim, em Lula, no fundo no fundo, com uma esperança, mesmo ela sendo pequena.
Depois que li o texto de Inácio, uma semana quase, após as eleições, vi que essa esperança, mesmo sendo pequena, existe e existe de fato, não simplesmente por sentimento.
Parabéns Inácio e obrigada por passar pra tantas pessoas, através do seu texto, uma injeção se ânimo.
Marcela Cox
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