quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Diversos e dispersos

Vou ao encontro do Abel Menezes, na livraria Cultura, já que a Livro 7 fechou e café em shopping center é fogo. O Abel está indo para São Paulo, fazer um doutorado sobre os xamãs urbanos, sob orientação do Edgard de Assis Carvalho, o mesmo que orientou Gustavo. Está bem na fita.

Abel escreveu o novo prefácio de “Zé”, que, reza a lenda, será reeditado pela Massangana, se o Mário Hélio ainda se lembrar. O prefácio atual é uma coisa incrível, um fenômeno editorial. Um dos prefácios mais terríveis da nossa gloriosa língua. O leitor tem que atravessar o prefácio, se esgueirar, pular, fazer acrobacias, até chegar ao primeiro capítulo. Abel conheceu o Zé. A história não vou contar, para criar mais suspense.

Leio o texto, é muito bom. Fala da geração que caminhou com armas nas mãos, mas também dos que passaram pelo pelo zen, tantra, meditação, linguagem binária, amor livre, era de Aquarius etc. Fala de tudo um pouco, e acaba falando do amor, que é o grande barato. Com esse prefácio, o Paulo Coelho que se cuide.

Lá pelas tantas, surge uma frase adorável:

“Neste momento não podemos aceitar a provocação dos desalmados nem sermos tragados pelos deprimidos”.

Conversa vai, conversa vem, colocamos nossos noves fora em dia, até que Abel me solta essa:

“É preciso a gente transformar o dia em uma obra de arte”.

E depois, a mudança em um conceito arraigado no juízo da gente:

“Tempo é arte”.

Vai, Abel, ser artista da vida...

***

Estou num bar no centro do Recife. Peço uma cerveja e fico ali, com aquela cara de quem não quer nada, já querendo. Ao lado, meu bloquinho de notas e a caneta, com a ponta afiadíssima. Fico somente à espera.

“A sobrinha da minha mulher foi deportada dos Estados Unidos. Tava tirando onda e voltou com uma mão na frente, outra atrás”, disse um camarada, fumando seu Hollywood e tomando umas.

“As mulheres americanas são muito feias. Ôs mulher feia”, completou o outro, usando assim mesmo, o “ô”, no plural.

“Ô sheike, cadê minha macaxeira?”

O sheike não deu muita bola.

“Esse negócio de direitos iguais, não é assim não. Cada um com seu direito. Já visse água se misturar com óleo?”.

Antes que me mandem email me esculhambando, informo que a frase é de um camarada, no balcão. O portador não merece pancada, já diz o velho Vital.

“Tive três maridos. O primeiro morreu, o segundo está vivo e o terceiro morreu agora. Estou viúva do meu segundo marido”, diz uma negona imensa.

Ante de sair, ela diz assim, na cara dura:

“Vou ali, dar uma”.

**

“Me dá aí um galfo, menino”.

“Galfo não tem não, tem garfo”.

“Ele é o melhor professor de português daqui”.

**

“Sabia que o Marcus Tamandaré vai para o Corinthians ganhando sessenta mil reais por mês?”, informa um camarada.

“E eu, o que tenho a ver com isso?”, responde o outro, com um pedaço de galinha boca afora.

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Vou almoçar com meu amigo Peste, ali no Bairro do Recife. Lá pelas tantas, ele me informa o seguinte:

“Às vezes, o coração engana feito um moleque”.

**

Descobri que minha mãe pede descontos até em loja de R$ 1,99.

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E um amigo me confessou o seguinte, após tomar uma decisão importante na vida:

“Eu nunca fui macho, mas agora quero ser homem”.


Voilá.

2 comentários:

Anônimo disse...

Semana passada tomei sorvete de paçoca. Nunca imaginei que pudesse hacer no mundo algo tão gostoso e besta.

abraço

Tiago Barba

Anônimo disse...

Oi Sama!
Se Zé for realemnte reeditado eu quero comprar. Li e adorei o livro, a história.

Comprei Clamor e quero que vc autografe pra mim, mas toda vez que nos vemos estou sem ele.
Tô terminando, mas tb adorando.
A gente se vê e espero estar com Clamor nas mãos.

Bjão