Não sei o que houve aqui em Fortaleza, mas o fato é que cheguei em meio a uma febre psicosomática de proporções gigantescas, envolvendo um tal "chip da Oi".
Desde a terça-feira, minha família só fala disso. Minha mãe, já na rodoviária, começou a comentar que precisava pegar o chip dela. Em casa, minha irmã Patricia nem me deu um abraço.
"Tu tem que pegar um chip pra tu, Sama", foi o primeiro comentário.
Depois, ela pegou o telefone e foi ligar - para a Oi, claro.
Fomos à casa da tia Beta. Meu primo, Rogério, que andou tendo dengue hemorrágica, estava ao telefone. Demorou horas, até que desligou e comemorou.
"Finalmente, consegui meu chip´".
Estava começando a ficar com dor de cabeça, quando reencontrei o Neto, meu amigo maratonista, que ficou de fora do Pan por reles 16 minutos.
"Rapaz, tu já pegou o teu chip?", foi a primeira pergunta.
Parece que a promoção é venenosa, a pessoa bota R$ 10,00 e recebe R$ 100,00 de crédito.
Não sei o que diabos as pessoas têm tanto para falar. Como meu objetivo é cada vez falar menos, uma promoção dessas, para mim, não faz sentido.
Estávamos tendo uma conversa bucólica, familiar, ontem à noite, quando minha irmã fez uma pausa poética. Pensei que ela iria lembrar alguma passagem poética de nossa atribulada pequeninice, mas ela falou bem séria:
"Será que eles só colocam o crédito depois que a gente gastar os R$ 10,00?"
Joguei a toalha. Melhor dançar um tango argentino.
Na segunda-feira, colocarei no ar a entrevista bombástica com tio Ademar, que nos anos 70 foi um dos homens mais ricos e loucos do Crato.
Vou aqui, tomar uma cervejinha na Praia do Futuro.
3 comentários:
Só uma pergunta... pegasse teu chip ou não?
E eu pensando que tu tinha parado de beber, óa...
Adri
Esse deve ser meu milionéssimo em menos de 15 minutos, tô completamente apaixonada pr esse blog...rsrs
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