domingo, 15 de abril de 2007

Despedida

Na sexta-feira, a tia Elisa partiu. O câncer no útero, que os médicos julgaram curado, voltou por outros caminhos, e desta vez, devastador.

O Paulinho, e sempre ele, viu as passagens. Dona Ermira, mi madre, viajou com a tia Beta para São Paulo. Ninguém chama tia Elizabete pelo nome completo. É só tia Beta e pronto. As duas tiveram tempo somente de ver a irmã no enterro, essas despedidas.

No domingo, o Paulinho, e sempre ele, viajou a São Paulo. É sempre bom ter o Paulinho por perto.

Conversas ao telefone, ponderações, dúvidas sobre como contar a uma senhora de 80 anos, bastante debilitada, sobre a morte de uma sobrinha, uma das mais queridas. Prevaleceu a tese da verdade. O direito de saber, para chorar a despedida.

Preparei um pouco o terreno, fui dizendo que a tia Elisa estava muito doente, que minha mãe viajou a São Paulo, enfim.

Rosa, que trabalha com tia há mais de dez anos, aproveitou uma conversa longa sobre parentes e saudades, e contou logo. Foi melhor.

Ontem, mexendo nas fotos da família, encontrei uma foto da tia Elisa, de 2000. Ela me pareceu triste, segurando a neta, Vitória, recém-nascida.

Botei a foto num altar, acendi uma vela, fiz minhas orações. Pela tia, por todos da família, por mim, por tantos.

A morte, essa despedida sem reencontro.

7 comentários:

Anônimo disse...

Essa dor, essa dor...esta despedida só sabe quem viveu intensamente, quem amou profundamente.
Bom, pensemos; "a morte, essa despedida sem reencontro" ... imediato, com possibilidade de reencontro eterno.
Quem sabe até "a morte essa despedida sem reencontro" com viver atual, com possibilidade do reencontro com o novo viver....

Sigamos com o nosso viver...

Cheiro grande

Anônimo disse...

a morte é só uma viagem, uma mudança de estado de espírito. díficil para muitos acreditarem, eu creio. espero que você tenha o merecimento de em outro plano encontrar sua tia beta, a qual se já acordou está muito melhor do que aqui neste plano. ela está em minhas orações nos meus pedidos aos espíritos socorristas, embora não a conhecesse ou que sabe já a conheci. paz para vc.

Gabriela disse...

Oh Sama,
Que pena...

Anônimo disse...

Sei da dor da perda.

Meus pesames

Daniela Peregrino e Fátima Borges disse...

Eu acredito no reencontro, talvez seja uma forma de sofrer menos...
Meus sentimentos Samarone, fique na paz!

Anônimo disse...

Sama,
nessas horas não se tem muito o que dizer, por isso vou usar um termo que vc já usou: "deu zebra".
Já perdi muitas pessoas queridas e a única coisa que podemos fazer é chorar essa dor e rezar!
Um grande abraço,
Sirley

Anônimo disse...

Sama... lamento por sua tia!
Mas acredito sim que exista o reencontro.
Beijos no seu coração e fique em paz!