quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Descobrindo o Rio

Enfim, comecei a descobrir o Rio de Janeiro. Começo a circular impunemente, aqui por Botafogo - mas somente depois de escrever meus dois capítulos obrigatórios, diários, minha missão pós-Cuba. Descubro os meandros, e vou fazendo o meu pequeno presépio, que é o cotidiano.

Encontrei a banca de Jornal, um senhor muito sério, que mal dá bom-dia, mas me entrega o Jornal do Brasil como se eu fosse cliente há anos. Até amanhã, descobrirei o nome e time de coração dele, então, ficaremos amigos.

Como o cafezinho por aqui é uma fortuna (0,80 centavos), vou até o supermercado Prezunique, onde a moça do café faz o melhor café da região, encorpado, forte, e com pouco açucar. Compro uma coisinha aqui, outr ali, e passo no caixa. Fico esperando a vez, para conseguir pagar na dona Aurora, uma simpática senhora que dá bom dia com um sorriso, e vai trabalhar todo o Carnaval.

A última parada é no mate com leite, porque descobri um preço melhor que a da Voluntários da Pátria (2,60).

Há uma legião de ex-alunos morando aqui. Estou na casa de duas, mas já encontrei Zeca, Daniel, e no supermercado, a Flávia Suzuê, salvo engano, porque vivo me enrolando com nomes. Ex-aluno é a coisa no mundo que mais se multiplica e espalha, e é bom vê-los pelo mundo, ocupando espaços e vivendo novas experiências.

Fora isso, descobri um ferro-velho aqui na região de Botafogo, e encontrei uma máquina de datilografia Lettera, deliciosa, por R$ 30,00. Pechinchei, pechinchei, ficou por R$ 15,00. Azulzinha perfeita, ontem comprei fita. Breve, escreverei minhas crônicas na Lettera.

Há dois bares bem perto de casa, sem perigo de o sujeito se perder, em casos extremos. Um se chama Alf (achei o nome péssimo), mas tem um garçom raçudo e cuidadoso, o Saddam. Na outra esquina, um bar que não localizei o nome, mas com uma mistura de garçons indolentes com simpáticos, isso me confunde muito. Nos dois casos, os cearenses dominaram tudo. São donos, empregados, cozinheiros, se bobear, até os clientes. A cachaça aqui é uma fortuna, uma média de 2,00 a dose mais fuleira. O Rio é um péssimo lugar para meus amigos cachaceiros do Recife. Iriam falir.

Fui ao Maracanã, claro, ver uma vitória do Fluminense contra o escrete do Cardoso Moreira. Choveu, tomei banho de chuva. Adoro banho de chuva em estádio. Lembrei do meu pai, Fluminense desde a infância, que me batizou Samarone por causa de um craque do time de 1969. Minha rebeldia e paixão me fez encontra o Santa Cruz, e o céu se misturou com a terra, no vermelho, branco e preto.

Vou por aqui. Vez por outro, encontro com o amigo Edmundo, da velha guarda. Hoje mesmo, estou na casa dele, batucando esta croniqueta de véspera de Carnaval.

Já sei andar de metrô, começo a ver o sistema de ônibus, e outro dia terminei a noite na quadra da Vila Izabel, num show da Martnália. Encontrei um sebo perto do Largo do Machado que quase me acaba o orçamento. O Clamor estava lá por 15,00.

Nos demais, conheci o Grupillo, o primeiro poeta-filósofo do Rio. Botafoguense de coração, fizemos amizade em cinco minutos, faltam somente 85, para completar a primeira partida. Autor de frases célebres que compartilharei na próxima crônica, Grupillo tem uma coisa a mais no caráter - morou no Recife dez anos.

A Mangueira vai homenagear o frevo em seu desfile. Pensei em assistir, mas desisti na mesma hora. No Carnaval, o sujeito vai com tudo, ou é melhor ficar lendo, vendo filme ou escrevendo, como é meu caso.

Vou por aqui, devagar e sempre. Aceito sugestões de botecos e sebos.

12 comentários:

Anônimo disse...

Samarone


Conheça o Aurora, perto da Cobal, já quase em Humaitá (você tá a onde mesmo em Botafogo?). Os "charmossos e modernos " do Rio dizem que está decadente. Isto é ótimo.

Abraços de seu leitor

Ricardo Thibau

PS teu santinha não toma jeito mesmo

Anônimo disse...

pelo visto você nem precisa de dicas. o rio de janeiro te pega em cada esquina. estou viciada em martinalia,é uma coisa gostosa do rio.
e sobre los mimitos, no hablas nada?

Anônimo disse...

samarone, gosto muito de santa tereza. o bar do mineiro é uma boa opção por lá.

N, Maciel disse...

Olha... tenha certeza que o café de 0,80 centavos é o mais barato que encontrará no Rio, principalmente na zona sul. Adorei sua crônica! É bom saber como as pessoas que são de outros lugares enxergam a nossa cidade.
Uma dica: não sei quais são seus planos aqui no Rio, mas adoraria saber sua visão do Saara. Seria bem divertido!Se não passar por lá, fica para a próxima.
Encontrei seu blog fuxicando a internet. Passo aqui sempre que puder
Divirta-se!

Diogo Cunha disse...

Oi Samarone, sou Diogo, marido de Tanita, sócia de Lila, tudo bem?

Te escrevo só para dizer que eu também vi o Clamor num sebo no Centrão do Rio, perto do Real Gabinete Português de Leitura. Ali tem uma rua com vários sebos (tb gastei todo o meu dinheiro lá...)

Abraço,

Diogo.

Anônimo disse...

Samarone, adorei o seu texto no blog! Sempre tia Flávia pedia para eu ler mas eu nunca tive muita oportunidade, só agora pude comprovar a excelência da sua forma de expressar os seus pensamentos, vivências adquiridas no decorrer da vida.
MAs algo me chamou atencao, vc escrevendo crônicas de Cuba, do tempo que esteve lá. Eu estive lá e inclusive cheguei da Iha sexta feira agora. Assim como vc presenciei a realidade dos cubanos, dos turistas que circulam por Habana Vieja e a grandiosidade arquitetônica, cultural daquele pequeno país que apesar de enfrentar grandes dificuldades por conta do bloqueio apresenta um povo guerreiro, forte!!
Sou estudante de medicina de lá. Senti na pele o que é ser cubano, lá recebemos 100 pesos cubanos em torno de 4 doláres cubanos ou o chavito para quem está mais habituado.
Estava em uma ilha da ilha de Cuba, chamada Isla de la Juvetud.
Acho que temos alguns pontos em comuns, ou um ponto em comum. E esse foi um dos motivos pelo qual nao podia acessar o seu blog, porque o bloqueio econômico na ilha de Fidel é tao forte que nao torna a internet algo popular, e onde eu estava só tinha dois computadores na cidade, que era o de Nova Gerona capital da Ilha da Juvented, pela empresa Etecsa, a estatal cubana, porque lá, td é do estado. E 1 hora equivalia a 6 CUC. E como era estudante já naturalizada cubana com identidade nacional e tudo mais, nao podia sair da escola na hora que bem me desse vontade pra poder acessar a net, tinha que ir só nos finais de semana e nem sempre conseguia porque as vezes ou faltava a tarjeta, ou Havana nao liberava o sinal, ou a fila estava enorme de brasileros loucos para obter algum tipo de comunicacao viável e eficaz com as suas famílias, já que se fosse fazer uma chamada internacional a tarjeta era de 10CUC e só falava 3 minutos.
Entao perdoe-me por nao ter acessado antes o seu blog, mas agora que cheguei Tia Flávia me recomendou novamente e eu nao pude deixar de comprovar o que ela tanto me falava.

Sou Jullimária, e só tive conhecimento do seu blog de tanto ouvir comentar tia Flávia e tia Debe

Abraços e Beijos...

Com amor Ju

Anônimo disse...

Sama, tudo bem?
voltei a escrever no meu blog. Posso divulgar aqui? www.aquiaa.blogspot.com
Abraço do mano, PH

Anônimo disse...

Nossa como foi bom te ver e ao Inácio, no Santinha. Bom saber tb que vc está tão perto, mesmo que longe do abraço carinhoso da amiga de sempre. Muitos bjos. Espero que dê tempo pra curtir todas as dicas rs. Passa por sampa, vai....

Selminha

Clarissa às claras disse...

Samaaa!!
Acabei de criar meu blog!
Passa lá depois, se você puder, pra me dar uns toques e comentar, tá?!
Bjaum!! =)

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Sama,

Aqui é Roberto, rubro negro do Recife que trabalha no Projeto Dom Helder e que lhe conhece, lembras? Por favor entre em contato comigo ou com Felipe Jalfim. Assunto de trabalho em Recife, trata-se de uma sistematização para 4 meses. Desculpe, mas essa foi a única forma que consegui para entrar em contato.
Roberto: (81) 92472374
e-mail: roberto@dom.gov.br

A propósito, curta o Rio. Morei 2 anos nessa terra. Foi bem difícil no começo, mas as arguras iniciais foram compensadas pelas belezas naturais desse lugar que enche as vistas.

Samarone Lima disse...

Vejam o blog do meu irmão, o paulinho: www.aquiaa.blogspot.com

Clarissa, você esqueceu de deixar o endereço do seu blog.

Roberto, já te liguei, vamos continuar a conversa por email.

Tem crônica nova no ar.

Ps.a lguém tem o email da Marcella Sampaio?

Samarone