segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Série sobre Cuba

Caros leitores,

Por vários motivos, suspendo provisoriamente minha série de depoimentos e impressões sobre Cuba.

Leiam uma reportagem de oito páginas da revista Época, desta semana, sobre Cuba.

Melhor: leiam o contundente blog de Yoani Sanchez, cubana de 32 anos. Ela fala com mais prioridade sobre as coisas que eu iria postar aqui (www.desdecuba.com/generaciony)

Voltarei às minhas crônicas costumeiras sobre outras coisas da vida, enquanto encho cadernos de histórias sobre Cuba, meu próximo livro.

Samarone Lima, agora falando do Rio de Janeiro.

15 comentários:

Anônimo disse...

anh?! como assim? PAS-SA-DO! so por causa da época e desse blog aê?!?!?! é uma pena...

Unknown disse...

Poxa, que pena! Eu tava acompanhando com extrema avidez e curiosidade seus relatos, extamente porque são SEUS e não de outras pessoas, com outros olhares e outras experiências. Bom, parece que terei que esperar o livro. Mas não gostei dessa interrupção, não!

Samarone Lima disse...

James e Ana Paula, a interrupção não tem nada a ver com a reportagem da Época, ou coisa do tipo. É que recebi um email preocupado, de um amigo que me acompanhou um bocado na viagem. Ele estava temeroso que seu nome e aparecesse, bem como o de outras pessoas com as quais convivi, e que me falaram de tudo sobre o regime, a vida, os sofrimentos.
Não posso citar o nome de ninguém, a localização etc. Isso poderia causar enormes problemas para elas, e eu ficaria absolutamente desolado. O que tenho em mãos é algo muito forte, mas preciso ter muito cuidado, entendem?
Digamos que estou dando uma formatada no texto, por questão de segurança.
Abraços,
Samarone

Anônimo disse...

que peso

Anônimo disse...

que honra tê-lo aqui no rio de janeiro, amigo sama!
e nem comento a honra de estar acompanhando, em primeira mão, seus relatos cubanos!

Anônimo disse...

Cuba interrompida, não! Escreve um pouco mais sobre a viagem. Os relatos estão ótimos.
Ab, PH

Carolina Sotero disse...

Triste a interrupção!
Mas muito válida, pelas pessoas.
Admiro seu cuidado

Danilo Souza disse...

Grande Sama!
Meu velho, aqui eh Danzinho. Nosso santinha tá foda...

Tô vivendo em Sevilla, na espanha. Descobri esse seu blog através de uma busca no google pela letra do frevo n2, o que acabou desembocando num post seu de 2006, parece. Muito bom por sinal. Aperta o coraçao ouvir essa musica daqui.

Mas aih comecei a acompanhar com muito interesse as suas andanças cubanas e parou tudo! hehehe Carai, Sama! Isso é puro marketing pra vender livro, seu marginal. uhuhahuahauh

Ok, vou fumar um puro e esperar voce colocar nomes e lugares falsos em seus relatos.

Abraçao,
Dan, com saudade do Santinha e do Carnaval.

Samarone Lima disse...

Amigos, a gente nem imagina o que acontece em Cuba. Não posso ser leviano, expor pessoas. Um blog, hoje em dia, é uma ferramenta de lutas libertárias, mas não posso achar que posso tudo. Há uma repressão braba aos descontentamentos, na Ilha, e o que escrevo, a milhares de quilômetros, pode repercutir de forma lamentável.
Bem, vou aqui, tentando encontrar um caminho possível.
Danilo, um abraço, cara!
Samarone

Anônimo disse...

Sama,
termina o livro e bota pra gente ler. Só tem esse remédio. Dá pra esperar e entender.

Abraço.

Anônimo disse...

Uma pena que as coisas estejam tão feias.

Acessei o blog da Yoani e, apesar das dificuldades, pois sou monoglota de pai e mãe, a leitura está sendo bem proveitosa.

Já estou na fila do livro.

Anônimo disse...

Samarone, meu querido!! inventa um nome para essa galera, cara! coloca um "*" e diz no rodapé do texto q o nome é fictício, mas não deixa a gente secar de curiosidade nãaaaaaoooo eu sei que as coisas em Cuba não são fáceis e entendo perfeitamente que vc não quer complicar a vida de ninguém de lá, mas vc é um cara criativo pra caralho vei, tem como burlar isso!

BUÁAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Unknown disse...

Samarone,
entendo, respeito e admiro suas razões. Mas ficou um gostinho de quero mais, e vou ficar torcendo pra vc encontrar um meio de nos relatar suas experiências e observações, sem expor as pessoas envolvidas.
Exatamente por viver e ver tanta coisa através do filtro da grande mídia é que a gente adora quando pode saber das coisas de maneira mais direta, ainda mais quando é bem escrito assim, como vc faz!
Grande abraço!

Anônimo disse...

Estou esperando o livro....segue uma crônica do Antonio Maria para ir levando....bjs. Yvette

Canção modal do homem que chama sua amada

Vem, se quiseres. Bebo álcool e fumo cigarros fortes. Gosto de música sem palavras, no piano de Peffer e no instrumento grave de Mulligan. Gosto das palavras sem música, como se sabia dizer Alberto Camus. De dia para dia, mais aquiesço à aridez dos sons.

Vem, se quiseres. Sou irascível, quando trabalho. Digo nomes feios, se me interrompem. Volto bêbedo para casa e não trago mais que a inocência, o cansaço e o hábito dos bêbedos. Tenho todos os defeitos que, nos outros, detesto.

Só uma disposição, em mim, é generosa -- a do amor. Se um dia fores minha, ao ter-te, amar-te-ei demais, e mais ainda depois de ter-te. Vestirei o teu corpo com as minhas mãos e algumas vezes fecharei os olhos, para ver-te ainda mais bela. Haverá horas lentas de ciúmes, e um silêncio angustiado sufocará as palavras que nos faria negociar o perdão. Ah, o martírio dos amantes, que não se acreditam, que não se confiam, que não têm senão um cárcere de medos, onde afogam o sentimento espiritualíssimo da carne.

O corpo é espiritual. O espírito nem sempre.

Vem, se quiseres. Se crês numa alma oculta em minha rudez. Se não professas a abominável esperança esperança do amor eterno. Se acreditas, lucidamente, no "amor até quando" (?)... Se não te amas e se me amas, vem, e aqui te esperam séculos de sede e de dor, sem um momento de paz verdadeira, a não ser aquele, de lassidão, quando, depois de ter-te, amar-te-ei mais ainda...

Antonio Maria

Anônimo disse...

Entendo sua interrupção. É preciso preservar as pessoas que já são demais reprimidas por esse regime político implantado em Cuba. Também ficarei curioso, mas esperarei pelo livro. Coerência, ética e bom senso acima de tudo. Aproveita as andanças pela Cidade Maravilhosa e tira uma foto junto à estátua de Carlos Drummond de Andrade, que fica no calçadão de Copacabana. Agora o poeta, em bronze, está com seus óculos restaurados, depois que foram quebrados após a realização da parada gay, realizada no último mês de outubro.
Alexandre Cavalcanti (o também tricolor)