No domingo, 6h20 da manhã, chego à pelada. Ainda chove, mas já estão todos, os loucos por peladas. O jogo começa, nosso time está desarrumado, vamos levando um vareio de bola. Lá pelas tantas do primeiro tempo, já vamos levando um 5 x 1 inacreditável.
Então acontece o impossível. Lando é expulso, por esculhambar o juiz, que é Moura (o cara é chato pra caramba quando está bicado). Daqui a pouco, levamos o sexto gol, e estamos com um a menos em campo.
Então, acontece um mistério. O time é tomado por uma força misteriosa. Eu na zaga, Peitão no gol, Egildo Vôvô na lateral direita, Cacá na esquerda e Dai pelo meio. Fazemos 6 x 2, 6 x3, 6 x4, e acontece um fenômeno. Estamos todos alucinados pelo empate. Corremos feito cães furiosos, marcamos, tocamos, gritamos a cada bola. depois fazemos o 6 x 5 e no final do jogo, acontece o impossível: 6 x 6 e o gol de Dai, já no finzinho.
Daqui a pouco, Moura acaba o jogo. Estamos exaustos, mas felizes. Quem assiste ao jogo vem comentar. Nos cumprimentamos. Fizemos o impossível.
Mais tarde, depois de banhado, vou à Liga de Dominó, aqui em Vital. Todo mundo sabe que não sei nem pegar nas pedras do dominó, e detesto que olhem meu jogo. Sento com Duda a Milhão e pegamos, logo de frente, Seu Vital e Seu Paulo, dois mestres do dominó. Pedra vai, pedra vem, enfiamos um 5 x 0 e depois ganhamos de carroça. Resultado: 7 x 0 e o nome da dupla adversária vai para o famoso "caderno das buchudas". Jogamos mais três partidas e ganhamos de todo mundo. Na última, estamos levando de 5 x 0, mas os deuses do dominó brincam, e damos uma "buchuda de ré", como dizem por aqui. Ganhamos de 7 x 6, numa estranha combinação de pedras.
Saio com meus amigos para a decisão do Estadual. Meu time, o Santa, faz um gol aos 45 do segundo tempo, e tenho um surto psicodélico, fico louco, saio pulando e gritando na arquibancada da Ilha do Retiro.
Nos pênaltis, perdemos o título, o sonhado bicampeonato.
Volto pra casa abatido, desencantado da vida, daria a vitória milagrosa da pelada e as vitórias incríveis do dominó pela vitória do Santinha nos pênaltis. Hoje acordei com aquele sentimento da profunda tristeza futebolística.
Mas, como dizia Seu Biu, um dia a gente ganha, outro a gente perde. No meu caso, foram vitórias e derrotas no mesmo dia, e me parece que assim é a vida.
6 comentários:
Pois vou dizer: não me senti derrotada. Ganhamos um jogo contra o Sport, contra um placar em desvantagem, contra uma torcida e contra o juiz. Só não levamos o título. Outra: calar o chiqueiro aos 45 do segundo tempo foi impagável. Além do mais, somos primeira divisão.
Quem quiser que me chame de Pollyana.
saudações rubro negras
sai do campo de alma lavada, Samarone. Mostramos que somos melhores... não fomos campeões por muito pouco, apesar de toda a roubalheira. Valeu Santinha!!!
Te vi lá na Ilha Smarone, só não falei com vc pq vc não me conhece... e viva o Santa Cruz!!!!
não vou nem comentar o jogo, pra não esculhambar você, seu samarone, aqui na sua casa. afinal, somos um povo educado nós rubro-negros, ao contrário do desrespeitoso e agora odiado bala. dedada na casa dos outros, meu filho, é vingança na certa e a vingança veio com um gostinho especial de êxtase. são 35 campeonatos papito!
Alô, Samuca: essa conquista do Sport tem uma pessoa responsável: eu, que dei de presente para o meu irmão Beto um leãozinho-vodu no último Natal. Desde então, o time não perde uma. Fiquei com peninha de você e acho que vou te mandar um boneco do Santinha - só não pode contar para o meu brother. Bj, Ane.
Sama, a verdade do futebol pernambucano atualmente começa no domingo, Santa e Figueirense, jogo da primeira divisão. Aquilo lá no aterro da Madalena foi a coroação de uma conspiraçao bem feita, como o ixporti tem muita competência para fazer, desde seus primórdios e os primeiros títulos conquistados de maneira torpe. Somou-se a isso, é claro, a displicência do Mais Querido, que já devia ter liquidado a parada bem antes, para evitar outro surto megalomaníaco dos devotos de Babaxola. Tem nada, não. Briguem lá pra não cair pra terceira divisão!
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